sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Escrever sobre Ana Clara

Existem duas na minha vida.

Ana Clara prima de Lucas, mas que ama Gabriel. Seu outro primo.
Tem a Ana Clara que olho de longe. A Ana Clara que eu sinto ciúme.
A Ana Clara que, de tão próxima, eu sinto dor. Dor por ela. Dor pela dor de Ana Clara.

A primeira eu conheço há pouco. 2 horas. Uma voz fina, fraca, fanha. Ana Clara de boca suja de chocolate.
É a clara por assim dizer. Clara de idéias, certa de escolhas. Com seus poucos anos sabe do amor e do valor do rosa com lilás. Seja numa chupeta, seja na sua motinha. Aninha doce, pura e cheia de esperança no dezembro.

Outra Ana pede pra ser dita. Ela não chora, não poupa, essa Ana não sei.
De muitos amigos, de vida ambígua. Ana Clara feita de nuvem, caminha na linha do fim.
Fim da linha para Ana Clara. Ela morre. Fruto de muita semente, Ana Clara sem popa, muita casca.
Seu sorriso me incomoda. Sua forma de viver me faz julgar Clara. Inventou seu próprio apelido que diz ser forte, que de tão forte eu esqueci.
Ana Clara se despede sem chegar.
Eu aprendi a encarar Ana Clara. Ela existe, atrapalha, confunde. Mas é ela. A única capaz de me fazer sentir o que achei que nunca sentiria. Sentimento de deixar pra lá. Ana palma planta pelo cabelo igual. Muito de mim tem em Ana, muito de Ana vejo em mim.
Eu nunca a vi. Eu não pretendo vê-la. Tem ares de quem mata só de ver. Ana Medusa Clara. Clara quimera. Quem dera não existisse.