quinta-feira, 6 de março de 2025

quando me deito, eu sei mais. penso na dor, nos medos, escolho o tema da minha próxima análise. rapidamente, por comparação, é claro, reconheço meu percurso, o quão mais sou capaz de ponderar.

flash de memória e volto atrás. relembro como ainda sofro de fantasias megalomaníacas de falta e pesar.

penso no jargão da psicanalista famosa, sobre realidade ser mais mansa que os medos idealizados. ou eu inventei isso? penso no título do livro dela, lembro do outro título mais antigo. me pergunto se são dois pra mesma obra, ou se um foi relançado. lembrei do texto que escrevi em 2021 parafraseando (vaidosa, pensei ‘plagiando’) a coisa de pisar no vazio. algum amigo postou a capa, e eu dei outro rumo. 

e dessa sequência de pensares, desse linchamento literário que ensaio começar, volto à angústia dos meus dois últimos dias que foram os primeiros na minha vida dentro da minha vida.

pela primeira vez, a vida eleita. e depois me pergunto porque choro tanto. estou recém nascida.

enfim, me embalo.