dos dias apressados que fazem caber tristeza, desencontro, feitos modestos e passos duradouros.
dos dias em que não esquenta nem engata o frio.
de um tempo em que a felicidade tem sessenta cores, e que entre elas tem cor que explode no papel - saturada - e o urso, que era pra ser marrom, fica com uma poça de tinta azul bem entre o rabo e sua sacola de mercado.
e aí a gente tem que escolher uma cor que esconda o estrago.
mas logo depois todo mundo se acalma, pois adultos. sobretudo adultos pintando livros de ursinhos. que sabem e admitem que tem estrago bem maior nessa vida - e que volta e meia não tem tinta que cubra.
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a vida se ajustando... e o grande medo do grande fim vem escutando pequenas perguntas que o diminuem mais em menos.
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você já vê que a angústia guarda o lugar da palavra.
e saindo cabisalta, abre caminho pro que me é tão caro: escutar a melodia da memória.