quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Café, biscoitos e nozes cinco vezes

Escrever direto. Escrita como há muito tempo não é feita. Mentira.
Mentira... mentira... mentira...
Lembrança. Risinho. Eu estou a tarde inteira deitada, pensando na apresentação que fiz, no esforço que foi montar tudo aquilo e receber um elogio. Passou. Passei... Não, ainda não.
Ah, que saudade de sair escrevendo e ser lida sem a menor, a real menor intenção de agrado. Mas sei que é dessa forma que cativo mais aquele que lê, pela graça que é tentar entender, ao menos acompanhar.
Sentada, deitada, coberta, desnuda. À vontade. Edredon, frio, calor, memória e tarefas.
Eu estou fingindo que curto esse nada, mas com um tremelique no peito de quem quer tudo. Quero tudo, todos, a todo momento do meu jeito. Gosto muito das coisas do meu jeito. Mas acho uma delícia ter que me adaptar. Acho gostosa essa proposta de tangenciar, de cercar, até ajeitar. É prático sem mudanças. É estático. É uma merda.
Voltando. Volto pro olhar vago em volta. Envolta no vento do ventilador barato, desfrutando da energia que não pago. Deitei... Parei para pensar em escrever mentiras. Mentira. Gosto muito de mentir. Essa ânsia agigantada pela invenção. Refresco os interespaços do meu cérebro com uma mentira bem contada. Eu gosto de mentir para mim mesma. Principalmente. É tudo maravilhosamente conveniente. Silêncio saudável nesse apartamento. Muito pano sobre mim, o vento artificial já citado. Na minha esquerda alguém finge que estuda. Parasitas, verminoses. Giardia Lamblia... Taenia Saginata. Solidão perfeita, estou feliz como uma solitária intestinal. Corte minha cabeça, se for capaz. À direita, alguém finge que dorme. Olha. Mentira. Uma breve descrição que só ilustra mesmo. Falta coisa na vida. Falta gente aqui. Falta de verdade.
Acabei de quebrar uma xícara que não é minha.