segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Justificativa.




Não é que a inspiração tenha partido.
Não é que a inspiração tenha partido em duas.
Não é que a inspiração tenha partido próprio.
Não é a vez da personalidade gélida, daquela que não olha em ângulos.
Não vendi minha poesia para dar de comer as crianças,
não leiloei meus versos para uma entidade filantrópica.
Dessa vontade só restaria a mim pagar pelo que cuspo.
Verdade é que os dias...

Não, não é da razão dos dias.
E se o não saber justifica o silêncio?
Pois conto-lhes que os fatos são cruéis
e nada mais sou do que tenha sido antes.
E que por dias e noites vi os versos passarem diantes dos olhos pineais, sem a força da abstração de agarrá-los assim, no ar.