sexta-feira, 22 de maio de 2009
a palavra sem vontade
injúria laboriosa
emergem em desagrados
nos frios mármores,
viscosa.
escorrem pelas lâminas,
trocadas em neurose afirmada,
despem-se em transparências
por tantas vezes, por quase nada
e o silêncio diário
que rejeitou meus dias
tem comido meus sorrisos,
minhas alegrias
tem trucidado minhas virtudes
e os que dela desfrutaram
varreu as venturas da lembrança
do que foi vivido
idealizado
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Antraceno ou p-terfenila?
terça-feira, 19 de maio de 2009
exílio lírico
No anseio de encerrar estes versos
Que me enraízam em claras noites no assento
Procuro palavras adequadas
Que de tão rudes, às vezes, lamento.
Há muito me questionam sobre voltar a escrever.
Nesse meio-tempo fiquei pensando em que momento eu realmente escrevi.
Quando ouço tais pedidos sinto-me cronista aposentada de jornal de grande circulação; quando não, penso que me fazem de chacota e aguardam aquelas palavras vazias para rolarem de rir.
Afinal, onde foram parar as palavras que tantas vezes arrancaram-me beijos apaixonados e galanteios fugazes?
Que diabos fizeram da minha veia literária? Por que cargas d'água permiti que se entupissem de frieza?
Procuro uma estatina capaz de limitar a formação dessa estupidez irreversível. Desespero-me ao deparar com a total incapacidade de escrever, e o mundo emulsionar na minha frente.
Quase cinco anos de mudez.