quinta-feira, 21 de maio de 2009

Antraceno ou p-terfenila?

Entristeço-me ao pensar que estou só, desespero-me e lembro que sempre estive. Eu peço ajuda, disfarço uma lágrima e falho. Deixo cair o restante.
Esforço sobre-humano, músculos retraídos e a vontade de falar "estou repleta". Já se passaram muito meses, anos, até, quem sabe, a vida.
Eu não encontro. Só vejo farrapo humano, só vejo sombra e desejo de ser o que não será. Não será porque não deve. Ou não pode? Onde é o limite? O que reserva o depois? Que tipo de realidade aguarda, que realizações, que parcerias, que amores. Terá amor? Quem decide isso? Eu, não. Não é assim que tem funcionado. Porque "se fosse como poderia ser, não seria desse jeito que poderia ir". A gente cospe, escarra e só sair bíle. Só sai água. Só sai "o de sempre".
Vai viver do quê? Não sei. Vai viver aonde? Não sei. Vai estar com quem?
Isso importa?

A gente cresce, projeta, desenha, idealiza, espalha.
Mas espalha tanto que pulveriza.
Vira pó, vira granulado, vira qualquer coisa, mas não ganha vida.
Fica nos papéis, nos rabiscos. A vida pára no rascunho. Então, na pressa de entregar o pronto, vira o pouco, vira o "a gente faz o que pode".
Ah, mas pode pouco assim?
"Você poderia ter feito melhor que isso..."




Ok, então faz você.