quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Encerra um ano silencioso. O ano de coisa alguma e o de todas as coisas.
Encerram-se os dias de dor, das lágrimas e dos gritos.
Nascem os dias límpidos.
Brancos.
É chegada a hora de viver só... E repleta.

Foi um ano apaixonante... Amei a vida, amei a família, amei o trabalho.
Amei aquele que não existiu.
Amei o engano. Criei fantasias, desenhei estórias. Apaixonei-me por personagens.
Eu vivi dias que não aconteceram. Aumentei os momentos, impactei demais a minha memória com coisas pueris.

Finda um ano que não aconteceu.
Estou arrancando esta página do meu caderninho amarelado. Não há mais Chico pra cantar, poesias pra fazer, Clarice Linspector pra guardar na gaveta.
Tudo que foi este ano foi pra debaixo do tapete. Pra nunca mais sair.

Restou a coragem, a vontade e o sorriso.
Ainda bem.