quinta-feira, 10 de julho de 2014

Explicação sobre a Copa do Mundo para o filho que virá.


Há 27 dias atrás eu não vibrava, eu não amava futebol, mal dizia o evento e aqueles que mergulhavam nele. Eu sequer sabia direito da escalação.
Veio a abertura, veio J-Lo, cornetas, vieram os Meninos do Felipão.
E ao longo de cada jogo, de cada bate-papo, eu me permiti viver a Copa da minha maneira.
E me peguei rindo, gritando, falando besteira durante o jogo, comendo pipoca, pão de queijo, convocando amigos para tardes lindas de diversão.
Vivi cada feriadinho com gostinho de "mãe, cheguei pra almoçar".

Mas veio o dia de hoje.
E - acredite - acordei com a ansiedade de quem vai fazer vestibular. Sério.
Veio o jogo de hoje e fim de papo.
Nada a dizer.
Sensação esquisitíssima, pequeno.
Sem rodeios, digo que sou ótima perdedora. De verdade.
Então, que buraco é esse aqui dentro?
Que sentimento de esvaziamento doido. Acabou, né, amigos?
E é tipo término de namoro. A gente vive uma vida sem aquela pessoa. Ela vem, tumultua e cai fora.
Brabeza recomeçar.

Não, eu não tô forçando a barra.
Minha leitura da atmosfera atual é "o que vamos fazer daqui pra frente?".
É o silêncio do "então, é isso, eu não tenho mais nada pra falar, vou desligar o telefone...". Fim. 
Cada um vai pro seu lado e vida que segue. MESMO.

Onde quero chegar com tudo isso? Eu sei lá.
Só estou aqui, no meu humilde e despretensioso desabafo.

Jurando nunca mais pertencer à Copa do Mundo, mas acreditando na diversão que será 2018.
Talvez com você no colo.

Em 08/07/2014.