feita apenas para amar, para viver pelo seu amor e pra ser só perdão. foi ecoando a frase da infância até aqui. da sala para o quarto, do quarto para o caderno, pra folha solta na aula de literatura daquela escola cheia de vidro e inaugurações. para o olhar (minha piada) que seduz o menino nem feio nem bonito da mesa de trás. o amor possível. que é também inalcançável de exaustivo. amor do atropelamento, da derrocada do encantamento. amor que é qualquer palavra dita, que sua o corpo, que cantarola caetano no caminho pro trabalho. mas que também não é exatamente alguma coisa. é um apanhado de comportamentos que olhando de perto não sedimentam nada.
uma hora dessas resolvi inventar que o amor acabou.
uma conversa, duas, silêncios, cortes, cenas interrompidas, perguntas sem respostas ou respostas fora do tempo. despeje tudo em forma velha e voilà me encontrei sem alma. sem aquela cafonice de palavra coach que começa com P. carregando água na peneira não na vida toda graças ao bom deus que eu quase acreditei não acreditar.