segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

antes da erosão

chora, natureza, chora
molha este olho, esta nuca
mostra o que se cobre
descobre meu segredo
invade, constrange
Por Deus, me fale
se vale
se realizo
Anuncia-me o sol
pago o malogro
compenso a malícia mortal
mas poupai, lágrima celestiais
que mais água
dessas irrepresáveis
dessas de sentimentos puídos
derrame pelo peito
barriga joelhos dedos
precipita neste chão rachado
percorre assoalho
que eu fico aqui
assim como quem se molha
e se seca
como quem insiste em choque
chuva, estanque a dor
lavra-me o solo fértil
livra-me da culpa.